A trajetória de Levi Silva

Nascido na cidade de Itajubá (MG), desde criança Levi Silva foi ensinado da importância da educação como uma força transformadora de vidas - e foi por acreditar nisso que ele conseguiu superar todas as dificuldades da infância e estar na vanguarda de toda a transformação tecnológica que o país passou nas décadas entre 1980 e 2010.

Essa caminhada começou realmente em 1981, quando ele começa a cursar Eletrônica na Escola Técnica Prof. Everardo Passos (ETEP), em São José dos Campos - na época, uma das mais conceituadas do Brasil na área de tecnologia. Durante todo o curso, Levi trabalhou como monitor do Laboratório de Física, Química e Eletrônica da escola, destacando-se entre professores e alunos como um líder. Esse reconhecimento de uma liderança inata resultou no apontamento dele como Presidente do Centro Acadêmico da ETEP, onde foi o responsável pela realização de muitos projetos de melhoria da cultura acadêmica da escola, com foco principalmente nas relações entre professores e estudantes e na retenção de alunos com dificuldades socio-econômicas.

Em 1984 foi contratado como estagiário pela Ericsson Telecomunicações, onde começou sua carreira como técnico eletrônico ao fim dos 5 meses de estágio obrigatório exigidos pela ETEP. Seu primeiro trabalho na Ericsson foi com produtos do tipo pager, efetuando testes e reparos no transmissor de 5 W desses equipamentos. O próximo passo na carreira foi atuar como técnico de troubleshooting dos equipamentos semi-automatizados da empresa (LPE, LPA, RVR e bancadas de trabalho), trabalho este que deu origem a um projeto de total automação dos dados da área de services da Ericsson - um dos primeiros projetos do tipo na Ericsson. Utilizando o banco de dados DBase IV Plus e os programas Printer Master, Wordstar e Lotus - todos no sistema operacional DOS - este projeto conseguiu não apenas tornar a área de services de Ericsson mais eficiente, mas também torná-la lucrativa pela primeira vez na história da empresa.

Foi este sucesso inicial que, em 1989, colocou Levi a frente de um dos projetos mais importantes da Ericsson na época: o primeiro projeto de Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) Corporativo de Centrais Telefônicas, que significou a implantação de todo um novo departamento de TI que até então era inexistente. Este departamento foi o primeiro de toda a Ericsson a utilizar computadores com sistema operacional Windows, colocando Levi como um dos pioneiros no uso desta tecnologia.

Ao liderar estes dois projetos de enorme sucesso, Levi ganhou uma bolsa da Ericsson para cursar o curso de engenharia eletrônica na UNIVAP, enquanto na prática ele já exercia uma função muito mais de engenheiro do que de técnico na empresa. Quando se formou em 1992, já era o principal responsável pelas montagens, testes e reparos das centrais telefônicas digitais HW202 e HW501, que eram algumas das mais avançadas da época.

Com o passar dos anos, Levi era cada vez mais reconhecido na Ericsson não apenas como uma mente brilhante e ótimo engenheiro, mas também com um verdadeiro professor, pois tinha muita facilidade em treinar operadores e tirar todas as dúvidas que eles pudessem ter sobre os equipamentos. Foi esta experiência que, em 2000, ele foi chamado para se tornar um Instrutor nos cursos de Telecomunicações nas Centrais Telefônicas da Ericsson. Esta era uma das áreas mais prestigiadas da empresa, pois estes cursos eram muito procurados por empresas de telecomunicações de todo o mundo. Durante 2 anos Levi foi o instrutor de 4 cursos, treinando outros engenheiros, técnicos e profissionais especialistas em telecomunicações de empresas como TELESP, TELEMIG, TELERJ, Telemar, etc.

Toda esta experiência permitiu que Levi, em 2003, começasse um novo ciclo como Engenheiro de CFT (Customer Focus Team) da Solectron, atuando diretamente com os clientes da empresa (que contava com HP, Lucent, Lenovo, Ericsson e Kyocera entre os principais), participando de vários Kaizens e outros estudos para tornar as linhas de produção desses clientes mais eficientes (diminuindo a quantidade de produtos defeituosos e reparos necessários).

Em 2008, Levi se tornou então engenheiro da Flextronics após a junção desta com a Solectron. Apesar da mudança de empresa, o trabalho dele continuou dedicado ao CFT, onde trabalhou com empresas como Dell, Lexmark e Huawei. Foi aqui que ele desenvolveu outro projeto  importante de sua carreira: o FRCA (Flex Root Cause Analysis), um sistema de resolução de problemas que funcionava não apenas para as necessidades de um único cliente em específico, mas sim para todos os CFTs atuais e futuros da Flextronics. O FRCA, criado na fábrica de Sorocaba, foi aplicado também nas outras duas fábricas da Flex no Brasil (Jaguariúna e Manaus).  Sua experiência  fez com que Levi fosse escolhido quando surgia a necessidade para atuar nas fábricas da Flex ou de ODM (Original Design Manufacturer) nos EUA e na China.

Além de criar o FRCA, Levi também atuou como Instrutor de Técnicos de Troubleshooting de diversos clientes da Flex, além de em diversos outros projetos para melhorar a eficiência das linhas de produção, conseguindo a certificação Lean Green Belt nesses projetos.

Após quase 40 anos atuando no setor de manufatura de eletrônicos, Levi encerra a sua participação como um empregado na indústria e cria a LZEN, com o intuito de utilizar todo o conhecimento e experiência adquiridos neste tempo para ajudar empresas a tornar seus processos mais eficientes e treinar os engenheiros e técnicos que querem aprender as técnicas de como estudar e resolver os problemas das empresas onde atuam.